Ajustes técnicos impediram a publicação do edital do revivido programa Mais Médicos, do Governo Federal, em março. A expectativa é de que a iniciativa seja relançada oficialmente ainda na primeira quinzena de abril, de acordo com reportagem da GZH.
De acordo com a matéria, o edital abrirá 15 mil vagas para profissionais de saúde em 2023 (5 mil delas numa “primeira leva”), com outras 10 mil oportunidades que terão contrapartida dos municípios em que os selecionados atuarão. O Ministério da Saúde acredita que esse formato traz mais agilidade na reposição de profissionais, quando necessário, além de menor custo.
O programa é aberto a profissionais brasileiros e estrangeiros. Em relação à contratação de médicos formados fora do Brasil, o Conselho Federal de Medicina demonstrou preocupação a respeito do tema — a entidade lançou uma nota sobre o assunto.
“O Conselho Federal de Medicina (CFM) entende que há necessidade de estímulos à adesão dos médicos graduados no Brasil para atuação em locais remotos. No entanto, não é admissível o fato dessa medida permitir que portadores de diplomas de medicina obtidos no exterior sem a devida revalidação atuem no País”, afirma o CFM.
Em matéria no site Academia Médica, os argumentos foram rebatidos por Fernando Aith, professor do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
“Esses profissionais estão com o registro válido no Brasil, só não é o registro do Conselho Federal de Medicina (CFM). Será um registro do Ministério da Saúde, que atesta uma qualidade de proficiência mínima desses profissionais. Vale dizer que não há risco à população na atual modalidade. O Revalida tem sua importância para validar diplomas obtidos fora do país, mas ele é muito criticado pelo excesso no exame”, afirma Aith.
Foto: Carlos Macedo/Agência RBS | Reprodução GZH