Mundo vive colapso climático e 2023 terminará como o ano mais quente da história, diz ONU

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António Guterres, secretário-geral da ONU, não hesitou em transmitir uma mensagem direta e alarmante em seu vídeo para a abertura da COP28, nesta quinta-feira (30): “vivemos um colapso climático em tempo real”. Destacou ainda que 2023 está destinado a se tornar o ano mais quente registrado, conforme análise da OMM (Organização Meteorológica Mundial), vinculada à ONU.

A um mês do encerramento do ano, a OMM concluiu que 2023 terminará com um aquecimento de aproximadamente 1,4º acima dos níveis pré-industriais, superando significativamente o recorde anterior de 2016, quando o mundo estava cerca de 1,2º mais quente que a média pré-industrial.

Vale ressaltar que a conclusão do relatório da OMM não implica automaticamente que o mundo esteja à beira de ultrapassar o limite de aquecimento de longo prazo de 1,5°C, estabelecido pelo Acordo de Paris de 2015 para evitar mudanças climáticas catastróficas. Para atingir esse patamar, o nível de aquecimento precisa persistir por mais tempo. No entanto, um ano de 1,4°C oferece uma prévia alarmante das possíveis consequências ao ultrapassar permanentemente 1,5°C.

A mudança climática, impulsionada pela queima de combustíveis fósseis e a influência do padrão climático natural El Niño, no Pacífico Oriental, levou o mundo a recordes climáticos neste ano. Os cientistas advertem que o próximo ano pode ser ainda mais severo, já que os impactos do El Niño provavelmente atingirão o auge, resultando em temperaturas mais elevadas em 2024. 

Ou seja, o chamado para ação climática torna-se ainda mais urgente diante dessas perspectivas preocupantes.

Foto: Andrea Renault/AFP

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