Países como Peru, Brasil e México, além de Camarões, República do Congo e outras nações africanas, estão entre os que apresentam a maior quantidade de casos de varíola dos macacos por habitante — apenas no nosso país, estão concentrados 10% do volume total de casos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A disputa por vacinas e tratamentos (como o antiviral tecovirimat, visto na foto) contra a varíola tem se concentrado nos Estados Unidos e na Europa, onde os estoques já estão se esgotando. Ainda assim, mais de 100 países já relataram casos da doença, a grande maioria sem acesso a imunizantes ou tratamentos.
Os altos custos das vacinas, somados à grande procura pelas nações desenvolvidas, têm levado a esse cenário, destaca reportagem do New York Times. É difícil até mesmo saber o número de pessoas infectadas com a varíola nos países em desenvolvimento, já que muitos não têm capacidade para diagnosticar a doença — o que é feito com um teste PCR.
“Não temos acesso a testes na África, então não sabemos onde estão os casos. Assim, não podemos usar esses dados como base para decisões sobre o uso de recursos”, lamenta o Dr. Boghuma Titanji, camaronês que atua como professor assistente de medicina na Emory University, em Atlanta (EUA).
Foto: Yuki Iwamura/France-Presse — Getty Images | Reprodução The New York Times