A Prontmed participou da 7ª edição do HIS – Healthcare Innovation Show, realizada entre os dias 21 e 23 de setembro. Afinal, não poderíamos ficar de fora deste evento que é o principal palco de discussão sobre tecnologia e inovação para a área da saúde.
No dia 23/09, o CEO da Prontmed Lasse Koivisto foi um dos participantes do painel “Pós-pandemia: Sistemas e fluxos de dados para o trabalho em conjunto”, parte da programação do CIO Summit no HIS. Com mediação de Guilherme Hummel, head-mentor do HIMSS@Hospitalar, o encontro ainda contou com a participação de Rafaela Guerra, CMIO do Hospital São Camilo, David Zanotelli, diretor de sistemas do Hapvida, e Rafael Jácomo, diretor técnico do Sabin Medicina Diagnóstica.
No início da conversa, Hummel brincou, dizendo que os participantes “estão em uma encrenca”, ao ter que lidar com mudanças velozes no cenário da saúde desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020.
Continue a leitura para saber mais do que foi dito durante o painel!
Automatização e integração de processos clínicos foram grandes desafios da saúde no início da pandemia
A primeira pergunta de Hummel para os painelistas foi em relação à atuação de cada gestor no contexto de automatização e integração de processos clínicos e de que forma isso orienta o caminho da saúde no pós-pandemia.
Para Rafaela Guerra, CMIO do Hospital São Camilo, a situação era delicada, pois além da necessidade de automatizar processos clínicos em função da pandemia, a instituição já estava passando por uma troca de sistema. “O resultado foi que 80% do nosso projeto foi feito de forma remota, e acredito que isso seja uma case. Não conheço outro projeto desse tipo que tenha sido realizado de forma 100% remota”, destacou.
Em paralelo a esse desafio, o Hospital São Camilo lançou sua primeira solução de consulta a distância — inicialmente focado em casos suspeitos de Covid-19 e, mais adiante, direcionado para o autoatendimento. “Hoje, nosso processo de consulta com telemedicina já virou parte da rotina. Uma de nossas unidades faz mais de 1.000 consultas por mês”, revelou a gestora.
David Zanotelli, diretor de sistemas do Hapvida, divide a atuação da instituição na pandemia em duas fases. “Na primeira, pudemos suprimir todo o atendimento eletivo, o que nos deu uma folga para nos dedicar ao atendimento hospitalar. Por cinco meses atendemos apenas urgências e casos de Covid-19”, destaca.
A teleconsulta foi outro projeto implementado rapidamente, com o objetivo de atender os pacientes evitando sua ida presencial às unidades. O objetivo era acolher a demanda de pessoas que não desejavam se expor à infecção da Covid-19 e, também, ampliar o leque de atuação. “Fizemos 15 mil atendimentos a distância por dia, uma coisa surreal. Hoje fazemos 600 mil atendimentos mensais. A telemedicina veio para ficar”, enfatizou o diretor.
Lasse Koivisto, CEO da Prontmed, começou sua participação no HIS ponderando que a empresa não fez nada tão diferente do que já vinha fazendo antes da pandemia — considerando que a atuação da healthtech é focada na organização dos dados na entrada do paciente no sistema de saúde, por meio do prontuário eletrônico, algo essencial durante uma crise como a provocada pela Covid-19. “O que aconteceu foi o aumento da velocidade”, disse o CEO.
Logo que a pandemia começou, o mercado de saúde percebeu a necessidade de investir em tecnologia e integração de sistemas, algo que a Prontmed pôde ajudar o mercado a fazer. “A partir do momento em que se têm dados estruturados por meio do prontuário eletrônico, muitos processos podem ser automatizados. Imagine um exame que vai ser solicitado: ele tem um número, uma padronização. Tudo isso pode facilitar a autorização na operadora e facilitar o agendamento com o paciente”, destacou Lasse.
Além disso, o mercado passou a demandar várias soluções simultaneamente: prescrição digital, telemedicina e prontuário eletrônico, para citar apenas alguns exemplos. “Integramos nossa telemedicina ao prontuário, permitindo ao profissional fazer todo o atendimento na mesma interface. É um momento desafiador para todo mundo, mas estamos felizes com a forma como estamos conseguindo atender o mercado”, completou.
Os desafios para Sabin Medicina Diagnóstica também iniciaram praticamente junto ao começo da pandemia, conforme relatou o diretor técnico Rafael Jácomo. “Estivemos diretamente envolvidos nesse início, que era oferecer os testes de PCR aos pacientes. Já havíamos desenvolvido outros testes anteriormente, mas a demanda agora era muito maior, e precisamos automatizar diversos processos”, explicou o gestor.
Outro desafio foi lidar com o isolamento social, já que os pacientes não queriam sair de casa para fazer testes. Embora o Sabin já tivesse um serviço domiciliar forte, mais uma vez a grande procura foi desafiadora — “a demanda foi entre cinco e seis vezes maior que o habitual”, revelou. Para otimizar o atendimento, a empresa desenvolveu uma loja virtual para venda de testes e implementou drive-thrus com um processo mais ágil de cadastro e realização dos testes.
Gestores projetam pós-pandemia com mais tecnologia e automação na saúde
O mediador Guilherme Hummel destacou um cenário de aparente melhora da pandemia nas semanas anteriores ao evento e, a partir daí, perguntou aos painelistas a respeito de suas projeções para essa nova fase. Quais suas prioridades em termos de hierarquia de tecnologia e prioridades de implementação no chamado pós-pandemia?
Rafaela Guerra revelou que o Hospital São Camilo está atuando com um novo prontuário eletrônico que precisa ser capaz de medir os desfechos clínicos, seja em ambiente hospitalar, ambulatorial ou de pronto-socorro. “Precisamos discutir formas de introduzir padrões de interoperabilidade clínica dentro do sistema. A infinidade de formas com que um dado clínico pode ser introduzido em um template, avaliação ou diagnóstico torna muito difícil interoperar os dados clínicos e trazer conceitos semânticos. Eu preciso de conceitos semânticos dentro do prontuário”, definiu a gestora.
Para David Zanotelli, o Hapvida deverá focar na qualidade da informação registrada pelo corpo clínico da instituição no prontuário eletrônico. “Queremos ter uma atuação mais preditiva e preventiva em relação ao paciente”, resumiu.
Rafael Jácomo, do Sabin, apontou a área de atendimento ambulatorial como crítica no pós-pandemia. “Queremos que toda a parte burocrática já esteja resolvida quando o cliente chegar ao laboratório para fazer seus exames. Esse é um dos nossos focos estratégicos do momento”, apontou.
Lasse Koivisto afirmou durante o painel no HIS que um dos pilares da Prontmed para o futuro é a integração com grandes sistemas, que apesar de ser possível, não é algo simples de ser feito. “A maioria dos sistemas não foi pensada para estruturar o dado clínico do paciente na entrada, até porque não era esse o seu propósito inicial. Então, agora a gente está resolvendo essa questão”, afirmou.
Gostou do resumo que fizemos do painel “Pós-pandemia: Sistemas e fluxos de dados para o trabalho em conjunto”, com participação da Prontmed e que integrou a programação do CIO Summit no HIS – Healthcare Innovation Show? Os grandes desafios da tecnologia na área da saúde continuam e o momento é de observar atentamente o que vem por aí.
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