Por que construir uma rede de cuidado? Conheça 7 motivos

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Por que construir uma rede de cuidado? Conheça 7 motivos
Gestão de doenças crônicas, redução de custos e mais motivos para construir rede de cuidado na sua empresa de saúde

Sumário

Uma rede de cuidado é uma abordagem integrada e colaborativa que envolve diversos profissionais de saúde, instituições e serviços trabalhando em conjunto para oferecer atendimento holístico e abrangente aos indivíduos.

Construir uma rede de cuidado na área da saúde é de extrema importância, pois isso contribui significativamente para melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços prestados aos pacientes. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado com essa intenção, mas o cenário é bastante diferente na saúde suplementar.

Neste artigo, abordaremos tanto o cenário atual das redes de cuidado no Brasil quanto os motivos para construí-las e como a tecnologia pode ajudar. 

O cenário das redes de cuidado no Brasil

Ana Elisa, da Saúde Trevo, fala sobre Rede de Cuidado
SUS tem intenção de operar como rede de cuidado, mas isso acaba não acontecendo, acredita Ana Elisa

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi construído com base no conceito de redes de cuidado. A forte presença da saúde suplementar (privada) no Brasil, no entanto, com um perfil diferente de atuação em relação ao sistema público, dificulta que essas redes se materializem na prática, entendem especialistas consultados pela Prontmed.

“O SUS tem essa intenção de fazer a rede interoperar todos os níveis de cuidado — primário, secundário e terciário —, o que acaba não acontecendo”, acredita Ana Elisa A. Corrêa de Siqueira, médica e cofundadora do Saúde Trevo. “Quando a gente olha pro sistema privado, isso se agrava, porque nunca houve a capacidade de se criar e integrar uma rede de cuidado eficiente na saúde suplementar”, complementa.  

“Na saúde privada, as redes credenciadas das operadoras não foram concebidas com a lógica assistencial necessária para que o paciente acessasse o sistema da maneira adequada. O acesso é fragmentado, sem a interoperabilidade e integração necessárias para que  uma rede de cuidado possibilite a experiência com melhor custo-efetividade. Soma-se a isso o desalinhamento de toda a cadeia, o incentivo de remuneração baseado na produtividade, o baixo incentivo à promoção de saúde e prevenção de cuidados e a dificuldade dos profissionais em trabalharem de forma multidisciplinar. Criamos as barreiras necessárias para não atuarmos dentro da melhor lógica de cuidado”, entende Ana Elisa. 

“Nosso modelo é hospitalocêntrico, focado em tratar a doença. Falamos que saúde não tem preço, mas tem custo — hoje em dia, cada vez mais alto. Construímos no nosso país dois cenários: público e privado, que juntos deveriam traduzir o sistema único de saúde. Infelizmente, nenhum dos dois tem funcionado”, opina.

Gustavo Gusso, médico de família, fala sobre redes de cuidado
Saúde suplementar criou expectativa de que médicos teriam sua própria rede de cuidado, o que não ocorre na prática, entende Gusso

Para o médico de família e professor da Universidade de São Paulo Gustavo Gusso, a saúde suplementar foi vendida como um sistema no qual as pessoas poderiam criar sua própria rede. “Criou-se uma expectativa de que cada médico poderia ter sua própria rede de cuidado, cada paciente teria sua própria rede de profissionais, hospitais teriam suas redes de médicos… Então, criou-se o caos, com várias redes se sobrepondo”, acredita.

Gusso entende que tanto pacientes quanto médicos são vítimas de um sistema criado sob um ponto de vista comercial. “O médico se torna vítima ao ser colocado no lugar errado, com o paciente errado. Ainda que seja superespecializado, nem sempre há demanda suficiente para sua especialidade, e ele acaba atendendo outras doenças”, analisa. 

Isso acaba fazendo com que o paciente demore mais a chegar aos profissionais que podem ajudá-lo, já que o que seria apontado como uma vantagem — a livre escolha do paciente — acaba dificultando tanto a sua procura por atendimento quanto a atuação dos profissionais. “Esse mecanismo mercantil de venda faz com que essa vantagem aparente se torne uma desvantagem, e o médico acaba sendo vítima também”, finaliza. 

7 motivos para construir uma rede de cuidado em saúde

Confira algumas das principais razões pelas quais a construção de uma rede de cuidado é tão relevante.

1. Acesso a serviços diversos

Uma rede de cuidado pode englobar hospitais, clínicas, centros de saúde, consultórios, serviços de emergência, cuidados domiciliares, entre outros. Isso aumenta a acessibilidade dos pacientes a diferentes tipos de tratamentos e especialidades médicas, garantindo que eles recebam o atendimento adequado para suas necessidades específicas.

2. Coordenação e continuidade do atendimento

Com uma rede de cuidado, os profissionais de saúde podem compartilhar informações e trabalhar em equipe para garantir uma transição mais suave entre os diferentes estágios do tratamento do paciente. Isso ajuda a evitar lacunas no atendimento, reduzindo erros médicos e melhorando a continuidade dos cuidados.

3. Prevenção e promoção da saúde

Uma rede de cuidado permite uma abordagem mais abrangente da saúde, não apenas focando no tratamento de doenças, mas também na prevenção. Isso envolve educação, rastreamento de doenças, vacinação e outros programas de prevenção para melhorar a saúde da comunidade em geral.

4. Gestão de doenças crônicas

Para pacientes com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, uma rede de cuidado é essencial. Essa abordagem multidisciplinar ajuda a gerenciar melhor essas condições complexas, fornecendo suporte contínuo e estratégias de autocuidado para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

5. Redução de custos

Embora a construção de uma rede de cuidado possa exigir investimentos iniciais, em longo prazo, pode levar a uma redução de custos de saúde. Ao evitar internações desnecessárias, tratamentos ineficazes e complicações evitáveis, os recursos são utilizados de forma mais eficiente.

6. Melhoria dos resultados de saúde

Uma rede de cuidado bem estruturada tende a resultar em melhores desfechos clínicos para os pacientes. Isso inclui redução de complicações, menor taxa de readmissões hospitalares, diagnósticos mais precisos e tratamentos mais adequados.

7. Paciente no centro do cuidado

Com uma rede de cuidado, o paciente está no centro da atenção. A abordagem é personalizada, levando em consideração as necessidades, preferências e valores do paciente. Isso ajuda a aumentar a satisfação do paciente e a adesão ao tratamento.

Em resumo, construir uma rede de cuidado na área da saúde é essencial para criar um sistema mais integrado, eficiente e centrado no paciente. Essa abordagem colaborativa leva a melhores resultados de saúde, maior acessibilidade aos serviços e um sistema de saúde mais sustentável no longo prazo.

Como a tecnologia pode ajudar na construção de uma rede de cuidado?

Apesar das dificuldades apontadas pelos especialistas, contar com uma rede de cuidado traz uma série de vantagens para as instituições de saúde, como já vimos até aqui. Mas como colocar isso em prática? A tecnologia pode ser uma grande aliada.

Por meio do uso de prontuários eletrônicos com dados estruturados, como os SmartPEPs, associados a dashboards clínicos que permitam aos gestores de hospitais, clínicas, redes de consultórios, laboratórios e outras empresas do setor, é possível acompanhar a jornada do paciente com mais clareza. 

Com esse acompanhamento, torna-se mais fácil proporcionar a continuidade do cuidado e fazer a navegação do paciente dentro de uma rede que atenda a todas as suas necessidades. Isso gera valor para o paciente, satisfação para os profissionais de saúde e redução de custos para as instituições de saúde, entre outras vantagens.

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