Hipertensão arterial sistêmica: quais os sinais de alerta durante a consulta médica?

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Hipertensão arterial sistêmica: quais os sinais de alerta durante a consulta médica?
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças mais prevalentes na população. Por isso, todo profissional de saúde deve ficar atento.

Sumário

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças mais prevalentes na população adulta em todo o mundo. Por isso, ela não deve ser encarada como uma responsabilidade apenas dos especialistas em cardiologia, e sim de todos os profissionais de saúde.

Neste artigo, trazemos algumas informações e dicas a respeito de como especialistas em outras áreas da saúde podem contribuir na prevenção ao agravamento da HAS e, assim, evitar que seus pacientes tenham problemas mais sérios em função da doença.

Para isso, entrevistamos o cardiologista José Augusto Ribas Fortes, de Curitiba (PR), que compartilha seu conhecimento com a gente.

Leia o conteúdo para saber mais!

Qual a definição de hipertensão arterial sistêmica (HAS)?

A hipertensão arterial sistêmica, popularmente chamada de “pressão alta”, é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma condição na qual os vasos sanguíneos têm pressão persistentemente aumentada.

Ou seja, o sangue é transportado do coração para todas as partes do corpo por meio dos vasos sanguíneos. A pressão arterial é criada pela força do sangue sendo empurrado contra as paredes das artérias, à medida que é bombeado pelo coração. Quanto maior a pressão, mais dificuldade o coração tem de bombear o sangue.

Além de problemas cardíacos, a HAS pode causar doenças nos rins e no cérebro, entre outras partes do corpo. É considerada a maior causa de morte prematura em todo o mundo — atinge um em cada quatro homens, e uma a cada cinco mulheres.

Quais os principais sintomas da doença?

Uma das principais dificuldades de diagnosticar a hipertensão arterial sistêmica é o fato de ela ser uma doença assintomática, na maior parte dos casos. Ainda assim, alguns pacientes costumam apresentar sintomas como:

  • dor de cabeça;
  • dor no peito;
  • fraqueza;
  • sangramento nasal;
  • tontura;
  • visão embaçada;
  • zumbido no ouvido.

Quais são os fatores que impactam nas doenças cardíacas?

Além da HAS, há outros cinco fatores que impactam no desenvolvimento de doenças cardíacas. É preciso levar cada um deles em conta:

  • idade;
  • sexo — homens costumam ter mais problemas cardíacos;
  • níveis de colesterol;
  • presença ou não de diabetes;
  • tabagismo.

Ao avaliar esses fatores em conjunto, torna-se mais fácil prever o risco do desenvolvimento de uma doença cardiovascular e prevenir infartos e derrames, por exemplo. “É seguro dizer que, a partir do cálculo de risco cardiovascular baseado nesses fatores, podemos prevenir doenças mais graves em 90% dos pacientes”, estima o cardiologista José Augusto Ribas Fortes.

De que forma orientar os pacientes no monitoramento da hipertensão arterial sistêmica?

Hipertensão arterial sistêmica tem impacto em todo atendimento médico, diz Dr. José Augusto Fortes
Dr. José Augusto Ribas Fortes: “HAS tem impacto em todo tipo de atendimento médico”, diz o cardiologista

A medição da pressão arterial no consultório é a principal forma de monitorar o agravamento da HAS, e uma prática recomendada a qualquer profissional de saúde durante uma consulta. Mesmo um profissional que não seja especializado na área — como um ortopedista ou obstetra, por exemplo — deve adotar a prática, que além de simples não tem custo algum.

Essa medida é importante porque as doenças relacionadas ao coração são muito prevalentes, afirma Fortes. “Elas atingem entre 25% e 30% da população adulta. Ou seja, é algo muito comum e que tem um impacto em todo tipo de atendimento médico”, argumenta. Assim, torna-se essencial conhecer a classificação da hipertensão arterial. Tranquilizar o paciente, para evitar que a síndrome do jaleco branco afete a medição, também é fundamental.

É importante, ainda, que os profissionais de saúde orientem seus pacientes sobre os riscos do sedentarismo. Mesmo pacientes idosos devem fazer alguma atividade física, ainda que branda, o que já ajuda a melhorar a pressão arterial.

O controle do sal na dieta é outro fator importante. “As chances de ter pressão alta são reduzidas em quem consome alimentos menos salgados”, garante o especialista.

Que sinais devem servir como um alerta durante a consulta?

No que diz respeito à hipertensão arterial sistêmica, a maior parte dos médicos deve ficar atenta aos pacientes acima de 45 anos de idade e pessoas que estejam se queixando de cansaço ou desconforto torácico — “qualquer mal-estar acima do umbigo e abaixo do queixo”, orienta Fortes.

A medição do colesterol e da glicose também deve ser feita em todo paciente que vai realizar exames de rotina, já que alterações nas taxas, muitas vezes, são assintomáticas. No caso de pacientes fumantes, essa avaliação deve ser antecipada em uma década, ou seja, a partir dos 35 anos de idade.

Quais os principais desafios no manejo de pacientes com HAS?

Para Fortes, muitos pacientes ainda resistem à prática de exercícios físicos e a mudar a dieta, em função de a hipertensão arterial sistêmica ser assintomática. “A maioria das pessoas não sente absolutamente nada. Então, fica aquela desconfiança: ‘será que tenho mesmo que diminuir o sal e fazer atividade física?’ Quando sentem algo, ficam mais sensibilizadas a mudar”, explica.

O problema é que, quando os sintomas aparecem, a pressão alta já causou outros problemas no organismo e pode ser tarde demais para tratar. “Mudanças no estilo de vida são mais comuns em quem já teve infarto, derrame ou outro tipo de lesão”, revela o médico.

Como a tecnologia pode ajudar a diagnosticar a HAS?

O diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica se dá, basicamente, pela medição da pressão arterial em consultório. No entanto, já existem ferramentas que podem ajudar a definir de forma mais precisa se o paciente tem chance de desenvolver outras doenças cardíacas.

A calculadora de risco cardiovascular — que integra alguns softwares médicos — é uma das principais ferramentas tecnológicas disponíveis para esse detalhamento. Ao levar em conta todos os fatores de risco já mencionados neste artigo, torna-se possível mensurar quais as chances de um paciente desenvolver um problema de saúde mais sério.

Mais do que usar a tecnologia, manter-se atualizado em relação às doenças cardíacas é fundamental. “Nos últimos anos, surgiram novas medicações na área de cardiologia que fazem grande diferença em pacientes em relação aos quais, antes, não se tinha muito o que fazer”, destaca Fortes.

Ou seja, aqueles profissionais que deixaram de frequentar congressos ou de se manter atualizados de alguma outra forma, talvez não estejam dando a seus pacientes a oportunidade de receber o melhor tratamento. “Esses profissionais, muitas vezes, acabam perdendo crédito com sua clientela”, conclui.

Esperamos ter contribuído com informações úteis a respeito da hipertensão arterial sistêmica e suas consequências para a saúde. Sua alta prevalência é um sinal de alerta para todos os profissionais de saúde, que podem e devem contribuir para reduzir seu impacto na população.

Agora, que tal compartilhar esse conteúdo para ajudar a aumentar a conscientização a respeito do tema?

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