A maior parte dos profissionais de saúde já tem clareza sobre o que é telemedicina, mas talvez nem todos saibam tudo que ela engloba. É verdade que as teleconsultas vêm ganhando espaço e que os próprios pacientes, muitas vezes, preferem esse tipo de atendimento. Mas a telemedicina vai muito além disso.
Somadas às teleconsultas, a teleassistência, o telelaudo e a teleducação completam os principais elementos que compõem a telemedicina. Mais do que facilitar o dia a dia de médicos e outros profissionais de saúde, essas tecnologias também atraem os pacientes, que na correria do dia a dia preferem cuidar da saúde sem sair de casa, sempre que possível.
Neste artigo, vamos abordar um pouco a respeito do conceito e histórico da telemedicina, o que diz a lei brasileira, vantagens para profissionais e pacientes e, por fim, apresentar o módulo de telemedicina do Prontmed Hub, o prontuário eletrônico da Prontmed.
Boa leitura!
O que é telemedicina?
Embora seja muito falado nos dias de hoje, o termo “telemedicina” já existe há meio século. Criado nos anos 1970, tem uma definição bastante simples: “a cura realizada a distância”. No entanto, é impossível ignorar o papel que a tecnologia desempenha no cenário atual. É assim que ocorre o contato entre profissionais de saúde e pacientes, mesmo que eles não estejam presentes no mesmo local físico.
Nos anos 2000, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o que é telemedicina da seguinte forma:
Quando a telemedicina surgiu?
Já sabemos que a telemedicina ocorre quando um atendimento de saúde é realizado a distância. No entanto, embora hoje em dia a internet seja um fator essencial, é possível encontrar na história outros exemplos desse tipo de atendimento.
Ainda na metade do século XIX, dados eletrocardiográficos foram transmitidos por cabos telefônicos por Willem Einthoven, de seu laboratório de fisiologia para a clínica do hospital-escola da Universidade de Leiden, nos Países Baixos.
Após esses passos iniciais, foi nos anos 1960 que a “telemedicina moderna” começou a ganhar forma, com exemplos que vão do uso de aparelhos de TV para viabilizar consultas entre especialistas de um instituto psiquiátrico e profissionais de um hospital nos EUA. Ou seja, a telemedicina pode ocorrer mesmo sem a interação dos pacientes, e sim por meio de um contato entre profissionais de saúde.
Como a telemedicina funciona na prática?
A telemedicina pode ocorrer de duas formas: síncrona (situação em que profissionais e/ou pacientes interagem simultaneamente, ainda que a distância) e assíncrona (quando essa interação ocorre sem que todos os envolvidos estejam engajados na atividade ao mesmo tempo).
O envio de um e-mail de um paciente a seu médico seguido de uma resposta enviada pelo profissional de saúde é um bom exemplo de comunicação assíncrona que pode ser considerado telemedicina.
Há, ainda, diversas modalidades de telemedicina, que ajudam a explicar como ela funciona na prática.
Quais os principais tipos de telemedicina?
De acordo com o artigo 3º da Lei nº 13.989, de 15 de abril de 2020, “entende-se por telemedicina, entre outros, o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde”.
Embora o texto da lei não traga grandes detalhes, há uma série de práticas frequentes que fazem parte do que se costuma designar como telemedicina. Veja as principais!
Teleassistência
Trata-se de uma espécie de monitoramento do paciente a distância por um ou mais profissionais de saúde. Isso pode ser feito com o suporte de outro profissional que está presente ao local onde o paciente se encontra ou ainda por meio de dispositivos vestíveis (wearables), uma tendência cada vez mais presente na saúde.
Teleconsulta
As teleconsultas são realizadas entre profissionais de saúde e pacientes, porém sem que ambos estejam no mesmo ambiente físico. Geralmente mediadas por um software médico com suporte a videochamada, oferecem segurança e um atendimento mais ágil, sem a necessidade de deslocamento do paciente até o consultório ou centro de saúde, por exemplo.
Uma teleconsulta também pode ocorrer entre profissionais de saúde para troca de ideias, solicitação de uma segunda opinião ou análise conjunta de um caso específico.
Teleducação
Também conhecida como educação a distância, é uma forma de usar recursos tecnológicos para apoiar a atualização e aprofundar os conhecimentos dos profissionais de saúde. Aulas online via plataformas de e-learning, videoconferências, palestras e outras formas de transmissão e assimilação de conhecimento podem ser usadas na teleducação.
Telelaudos
É uma das formas mais usadas de telemedicina no Brasil. Envolve a emissão de laudos a distância, com o suporte de softwares capazes de enviar e receber exames.
Quais os principais benefícios da telemedicina?
Quando se pensa sobre o que é telemedicina, é preciso considerar seus benefícios para todos os envolvidos — profissionais de saúde e pacientes. Continue a leitura para saber mais!
Vantagens da telemedicina para profissionais e para o sistema de saúde
Tanto os profissionais de saúde quanto o sistema como um todo podem se beneficiar da telemedicina. Veja quais são algumas dessas vantagens:
- desafogo para hospitais;
- possibilidade de atender pacientes mesmo em situações de queda na procura por assistência médica, como nas pandemias;
- chance de atender pacientes que vivam em qualquer lugar do país;
- coleta prévia de dados do paciente por meio de software médico, o que agiliza a consulta;
- uso dos dados coletados com suporte tecnológico para ampliar o conhecimento sobre a saúde populacional;
- descentralização da assistência médica;
- oferta de atendimento remoto para acompanhamento de pacientes já examinados, e consequente ganho de produtividade no dia a dia;
- definição de dias e horários em que as consultas via telemedicina estão disponíveis e facilidade de organização para trabalhar de casa ou até mesmo durante uma viagem.
Benefícios da telemedicina para pacientes
As vantagens do atendimento via telemedicina também chegam aos pacientes. Veja como eles podem se beneficiar:
- atendimento de saúde de qualidade, ainda que vivam em lugares remotos;
- conveniência para pacientes que não podem sair de casa, seja por dificuldades de locomoção ou outras doenças;
- acesso a atendimento clínico mais ágil;
- retorno via teleconsulta, após primeiro encontro presencial, sempre que necessário;
- acompanhamento facilitado e, potencialmente, com maior frequência, em caso de doenças crônicas que não exijam atendimento presencial;
- agilidade no agendamento e na entrega de resultados de exames.
Quais profissionais de saúde podem usar telemedicina?
Praticamente todos os profissionais de saúde podem usar a telemedicina no seu dia a dia, de uma forma ou de outra. Isso não significa que todos os atendimentos realizados serão mediados pela tecnologia, e sim que ela pode facilitar a rotina ao agilizar processos.
Veja alguns exemplos!
Cardiologista
Além da teleconsulta, outros tipos de atendimento podem contar com apoio da tecnologia, como a realização de exames e, especialmente, o envio de laudos — o eletrocardiograma e o MAPA de pressão arterial, por exemplo.
Dermatologista
O uso de fotografias, muitas vezes, é suficiente para a identificação de lesões e outras doenças de pele.
Profissional de psicologia
Psicólogos e psicólogas podem realizar psicoterapia por meio de chamadas de vídeo, inclusive com pacientes localizados em diferentes cidades e estados.
Profissional de clínica geral
Em situações variadas, profissionais de medicina de diversas especialidades, inclusive a clínica geral, podem fazer atendimentos via chamada de vídeo. Dependendo da condição do paciente, a teleconsulta pode ser suficiente para um diagnóstico ou encaminhamento para a realização de exames. Em outras situações, pode servir como uma forma de realizar uma triagem para definir a necessidade de uma consulta presencial.
Pediatra
O atendimento a crianças também pode ser realizado por meio da telemedicina. Os atendimentos de urgência, muitas vezes nas madrugadas, são facilitados com o suporte tecnológico.
A telemedicina é legal no Brasil?
Sim. Desde 15 de abril de 2020, a telemedicina é legal no Brasil. Já citada neste artigo, a Lei nº 13.989 regulamenta as atividades relacionadas ao tema no país. A legislação foi aprovada em caráter emergencial, diante da necessidade da prática de isolamento social por parte da população com o início da pandemia de Covid-19.
Além das teleconsultas, a lei autorizou as receitas médicas apresentadas em suporte digital, com assinatura eletrônica do profissional responsável pela prescrição.
Como anda a procura por atendimento via telemedicina?
Muitos profissionais de saúde podem ficar em dúvida se vale a pena investir no atendimento via telemedicina, por não saberem se os pacientes têm interesse nessa modalidade. Embora receber atendimento médico por meio do computador ou celular ainda seja uma novidade para muita gente, as teleconsultas vêm crescendo tanto no Brasil quanto lá fora.
Em dezembro de 2020, uma pesquisa da Doctoralia descobriu que 81% dos pacientes brasileiros pretendem usar serviços de telemedicina, mesmo no pós-pandemia. Isso deixa claro o potencial da modalidade para profissionais de saúde no futuro.
Até julho de 2021, 7,5 milhões de atendimentos via telemedicina foram realizados no país, com um índice de resolutividade de 91%. Além disso, 42% dos pacientes preferem ser atendidos por meio da tecnologia em caso de emergência.
Um estudo publicado na revista científica PLOS One identificou que, logo no começo da autorização da telemedicina no Brasil, o país teve um pico de 800% no crescimento da procura por esse tipo de atendimento. É claro que esses números não se mantiveram no longo prazo, mas ainda é possível perceber o interesse dos pacientes.
Um exemplo claro ocorreu no começo de 2022, com a chegada da variante Ômicron do coronavírus, que provocou um aumento na procura pela tecnologia de 7 mil para 40 mil consultas diárias em questão de semanas.
Uma pesquisa do Journal of the American Medical Association (JAMA) identificou que 66,5% querem ter acesso à teleconsulta nos Estados Unidos. Ainda que uma porcentagem significativa ainda prefira os encontros presenciais com os profissionais de saúde, ter a opção de fazer a consulta por videochamada é algo que os pacientes desejam.
Quando se leva em conta o perfil, há uma diferença importante, dependendo da região avaliada. Enquanto nos Estados Unidos pessoas de 18 a 44 anos, em boa situação financeira e com um diploma de pós-graduação no currículo são os que mais procuram as teleconsultas, no Brasil o cenário é outro.
Um estudo realizado no país em 2021 identificou que quem vive no campo adere até quatro vezes mais à telemedicina do que o público que vive em zonas urbanas. Isso se deve ao fato de o atendimento na zona rural ser mais precário e de difícil alcance por parte dos pacientes.
Qual a relação entre telemedicina e prontuário eletrônico? Conheça a solução da Prontmed
A telemedicina tem tudo a ver com o prontuário eletrônico. O melhor dos mundos é aquele em que os profissionais de saúde têm acesso a diversas tecnologias em um lugar só. No caso do Prontmed Hub, além de contar com um dos mais completos prontuários digitais do mercado, ainda é possível integrar um módulo de telemedicina à plataforma.
Os profissionais podem realizar a teleconsulta e, na mesma tela, registrar as informações clínicas de seus pacientes, fazer a anamnese, solicitar exames, prescrever tratamentos com a receita digital, executar o faturamento e contar com diversas outras funcionalidades. Tudo com padrão de segurança bancária e um rígido controle de dados, de acordo com as recomendações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Esperamos que nosso conteúdo tenha esclarecido não apenas o que é telemedicina, mas também trazido informações valiosas a respeito do tema — tanto do ponto de vista de saúde quanto da aceitação do produto no mercado. Cada vez mais, os pacientes desejam ter acesso a novas possibilidades e tecnologias, e os profissionais precisam estar preparados!
Quer saber mais sobre o Prontmed Hub e o seu módulo de telemedicina? Entre em contato com a gente!