O que é Open Health e por que os gestores de saúde devem ter um prontuário eletrônico adequado?

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O que é Open Health?
O Open Health é uma realidade. Sua instituição está preparada?

Sumário

O Open Health é mais do que um dos principais assuntos do momento: trata-se de uma realidade que vem ganhando corpo e que fará parte do mundo da saúde de forma integral nos próximos anos. 

Mais do que as iniciativas que já começaram a ser implantadas no Brasil e em outros países, porém, ainda há muito a ser feito — e os gestores de saúde são figuras centrais desse movimento.

Neste artigo, trazemos os conceitos centrais sobre Open Health — ideia inspirada no open banking e no open insurance —, a importância da interoperabilidade e da segurança de dados para que o compartilhamento de informações funcione de fato e o que observar na hora de contratar um prontuário eletrônico adequado para a prática.

Comece a leitura agora mesmo!

Afinal, o que é Open Health?

Open Health pode ser definido como a abertura de dados e informações de saúde para que sejam compartilhados entre profissionais e instituições do setor, desde que tenham autorização dos pacientes para tal.

Imagine que, durante uma consulta médica, um paciente disponibiliza uma série de dados pessoais e clínicos: doenças preexistentes, cirurgias já realizadas, hábitos, histórico de doenças familiares e uma série de outras informações relevantes para sua saúde.

Registrados de forma estruturada e padronizada em um prontuário eletrônico, esses dados podem ser compartilhados com outros profissionais e instituições em futuras consultas. Isso, é claro, de acordo com as recomendações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o nosso Open Health

Guilherme Hummel, especialista em Open Health | Divulgação

No Brasil, a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) é a plataforma de interoperabilidade de dados. Ela foi instituída pela Portaria GM/MS nº 1.434, de 28 de maio de 2020.

“A RNDS é o nosso Open Health”, define Guilherme Hummel, mentor do eHealth Mentor Institute e especialista no assunto. Implantada com a tecnologia blockchain, que registra transações dos usuários, e associada à plataforma ConecteSUS, a RNDS já permitiu, por exemplo, catalogar as vacinas da Covid-19 no perfil de cada usuário do sistema de saúde brasileiro.

Qual o impacto do Open Health no mercado de saúde?

Muito mais do que o registro de vacinas, porém, o Open Health pode oferecer uma série de benefícios para o mercado de saúde. No entanto, da mesma forma que há vantagens, também é preciso ficar atento aos desafios impostos por essa novidade. Acompanhe!

Benefícios do Open Health

Entre as principais vantagens do Open Health para profissionais e instituições de saúde, destacam-se:

  • atendimento mais ágil — com dados disponíveis no prontuário eletrônico e facilmente enviados para diferentes sistemas, os profissionais de saúde não precisam preencher novamente todos os dados clínicos já coletados anteriormente em consultas com outros médicos, o que agiliza o atendimento;
  • aumento de produtividade — com o atendimento mais ágil, os profissionais e instituições de saúde podem receber mais pacientes em menos tempo, aumentando a produtividade do sistema e diminuindo o tempo de espera;
  • desenvolvimento de uma jornada do paciente — ter os dados clínicos de forma padronizada, em um sistema seguro e acessível, permite acompanhar de forma mais precisa a jornada do paciente — o que inclui eventuais avanços e retrocessos nos seus tratamentos. Essa jornada pode ser compartilhada com diversos profissionais e instituições do setor;
  • criação de estratégias de coordenação de cuidado — uma das formas mais eficazes de economizar recursos e oferecer um atendimento de saúde mais completo, a coordenação de cuidado também se beneficia do Open Health, à medida que dados coletados de um mesmo paciente em diferentes instituições e por diferentes profissionais podem estar disponíveis com mais facilidade;
  • portabilidade de dados — em caso de troca de plano de saúde, mudança de cidade, atendimento em diferentes hospitais ou qualquer outra alteração, os dados do paciente estão sempre com ele, e podem ser compartilhados com os novos profissionais envolvidos no seu cuidado;
  • armazenamento pessoal — o próprio usuário pode armazenar seus dados, controlando-os por meio de um Personal Health Record (Health Summary) e consentindo seu acesso em função das suas necessidades.

Desafios do Open Health

Além dos benefícios proporcionados pelo Open Health, também é preciso destacar alguns desafios para que a ideia possa ocorrer na prática. Vejamos quais são os principais pontos de atenção:

  • interoperabilidade — a integração de sistemas e a interoperabilidade entre diferentes prontuários e demais softwares usados pelas instituições (como sistemas financeiros, de agendamento, entre outros) é um dos grandes desafios do Open Health. Sem a capacidade dos sistemas “conversarem” entre si, não há possibilidade de colocar esse conceito em prática;
  • segurança de dados — o Brasil já criou a LGPD, que regula o tratamento de dados dos pacientes. Ainda assim, é preciso estar atento a todos os riscos voltados à segurança, com as constantes ameaças de ataques, vazamentos e a própria educação da população em relação a um comportamento seguro;
  • resistência dos profissionais de saúde — para os gestores da área, lidar com a resistência de médicos e outros profissionais de saúde em relação ao trabalho com dados estruturados é o maior desafio a ser superado.

Como os gestores devem se preparar para a nova realidade?

Hummel classifica a chegada do Open Health ao setor de saúde brasileiro como “irreversível”. Por isso, é essencial que os gestores de saúde estejam atentos às mudanças e preparem suas instituições. “Se um gestor de saúde resolver dar de ombros para o Open Health, será pego de surpresa”, alerta o mentor.

Ter sistemas com a capacidade de proporcionar o compartilhamento de dados com algoritmização, que permitam o consentimento automático dos pacientes e realizem essas ações por meio de protocolos compatíveis com os do Ministério da Saúde, será essencial em um período de dois a três anos, crê o especialista. “Quem deixar para fazer isso em cima da hora poderá ter mais custos do que aqueles que começarem agora”, complementa.

Como saber se o seu prontuário eletrônico está pronto para o Open Health?

O prontuário eletrônico é um dos pilares essenciais do Open Health. É nele que os dados dos pacientes são coletados, e é a partir dele que essas informações serão compartilhadas com outros sistemas interoperáveis.

A seguir, destacamos algumas características essenciais para as instituições de saúde escolherem seu prontuário eletrônico.

Dados estruturados

Para ocorrer na prática, o Open Health depende da interoperabilidade entre sistemas. Isso só é possível quando os dados são estruturados e utilizam as terminologias adequadas. Por exemplo: quando um prontuário usa o termo “dor de cabeça” e outro fala em “cefaleia” para designar o mesmo sintoma, não há padrão, o que dificulta a interoperabilidade.

Terminologias médicas padronizadas

O uso de terminologias médicas — e também aquelas que integram o prontuário de enfermagem — padronizadas, como a CID-10, por exemplo, é algo a ser observado no prontuário eletrônico que se deseja contratar para a instituição.

Interoperabilidade

Além dos dados estruturados e das terminologias padronizadas, é preciso estar atento à interoperabilidade do prontuário, ou seja, sua capacidade de submeter dados clínicos de um paciente para outros sistemas — e também de recebê-los de outras instituições.

Integração de sistemas

A capacidade de integração do prontuário eletrônico com outros sistemas também é um diferencial para que o Open Health ocorra na prática. Além da comunicação com outros sistemas de saúde, é importante que o software médico possa ser integrado a APIs de agendamento, ao WhatsApp e outras ferramentas úteis na comunicação com os pacientes.

Acompanhamento da jornada do paciente

Com acesso aos dados clínicos, é importante verificar se o prontuário eletrônico oferece recursos que permitam acompanhar a jornada do paciente ao longo dos anos, gerar gráficos para visualizar as condições de saúde do indivíduo e fazer análises de risco para direcionar o melhor cuidado a cada usuário.

Respeito à LGPD

O Open Health permite acesso a dados de saúde, mas isso deve ocorrer com o consentimento dos pacientes. Ficar atento aos cuidados que o prontuário eletrônico oferece em relação à LGPD é essencial para evitar problemas que podem chegar às vias judiciais.

Segurança de dados

Observar os cuidados relacionados à segurança de dados é fundamental para garantir o respeito à LGPD. Questione o fornecedor do prontuário digital a respeito das medidas voltadas à segurança antes de contratá-lo.

Chegamos ao fim de um artigo sobre um tema importante e que vem chamando a atenção do mercado de saúde: o Open Health. É importante ficar atento a essa realidade que já vem se materializando no Brasil por meio de ações tanto dos órgãos federais quanto da iniciativa privada. Não deixe para a última hora!

Quer saber mais detalhes sobre o assunto? Leia nosso blog post sobre interoperabilidade agora mesmo!

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