Síndrome do jaleco branco: como evitar que ela afete a relação com os pacientes?

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Síndrome do jaleco branco: como lidar com o problema no consultório?

Sumário

Mais do que um impacto psicológico que prejudica a interação entre pacientes e profissionais de saúde, a síndrome do jaleco branco é um problema que pode provocar um agravamento de determinados quadros. Seja pela menor frequência de ida ao consultório (e consequente falta de prevenção a doenças), seja pela forma como a saúde mental pode abalar também a saúde física, o fato é que a síndrome precisa ser tratada.

Com origem na aferição da hipertensão arterial sistêmica (HAS), a condição vem sendo estudada há mais de 40 anos — e também pode afetar outras áreas da saúde. Neste artigo, falamos sobre a descoberta da síndrome, abordamos o que estudos mais recentes dizem a respeito e trazemos dicas para contornar a situação — inclusive com apoio da tecnologia.

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Afinal, o que é síndrome do jaleco branco?

“Medo de médico”. Essa seria uma forma bastante direta de explicar o que é síndrome do jaleco branco. Embora não esteja de todo errada, porém, tal afirmação é simplista demais para definir algo que pode ter um fundo muito mais complexo.

O fato é que muita gente se sente ameaçada diante de profissionais de saúde, algumas vezes por traumas de infância, impossibilitando a interação entre pacientes e médicos. Há, ainda, casos em que exames têm seus resultados alterados, justamente pelo abalo emocional de estar na presença do médico. 

Outras formas de manifestação da síndrome do jaleco branco são o medo excessivo de sentir dor na realização de exame ou vacina, o pavor em descobrir uma doença grave (mesmo sem sintomas ou indicativos) e outros temores mais difíceis de detectar.

Impacto da síndrome nos pacientes

A síndrome do jaleco branco foi classificada oficialmente em 1980, em um estudo realizado na Universidade da Califórnia (EUA). Uma pesquisa mais recente, da Universidade da Pensilvânia, identificou que o problema pode afetar nada menos que 20% dos pacientes adultos.

Quais os problemas que ela pode causar durante a consulta?

Como já mencionamos brevemente neste artigo, mais do que o impacto psicológico, a síndrome do jaleco branco também pode alterar resultados em exames físicos. A mais conhecida delas é a medição da pressão arterial (PA) — que pode ter valores diferentes se medida em consultório, diante do médico (quando pode ser detectada uma “falsa pressão alta”), do que teria com uma aferição feita em casa, sem a presença do profissional de saúde.

No caso desses pacientes que apresentam a hipertensão do jaleco branco, a necessidade de cuidado por parte dos profissionais vai muito além de passar tranquilidade na hora da consulta. Isso porque, de acordo com um estudo publicado em 2019, esses pacientes têm mais chances de virem a óbito em função de problemas cardíacos.

5 dicas para ajudar um paciente que tenha a síndrome do jaleco branco

De que forma o profissional de saúde, que é a origem desse medo, pode contornar a situação e ajudar seus pacientes? Veja algumas dicas!

1. Reduza a formalidade da consulta

Oferecer um ambiente mais acolhedor para o paciente, sempre que possível, é uma forma de tranquilizá-lo e de deixá-lo mais à vontade para falar a respeito de seus problemas de saúde. Conversar e deixá-lo bem ambientado é fundamental.

2. Aguarde alguns minutos até examiná-lo

Muitas vezes, os pacientes chegam ao consultório estressados por causa do trânsito ou cansados por terem se apressado. Embora não esteja diretamente à síndrome do jaleco branco, também pode afetar aferições da pressão arterial.

3. Use a telemedicina

Cada vez mais, a tecnologia vem fazendo parte da relação entre médicos e pacientes. Por isso, utilizá-la para evitar o deslocamento do paciente até o consultório pode ser uma boa solução para quem sofre da síndrome do jaleco branco.

Com a utilização de soluções de telemedicina, o paciente pode ser atendido no conforto do lar. Especialmente aqueles que precisam de um tempo maior para confiar no profissional de saúde, podem se sentir mais à vontade com um primeiro encontro por videoconferência.

Em seguida, uma consulta presencial pode ser agendada para facilitar a medição da pressão arterial e o acompanhamento das suas condições de saúde.

4. Monitore o paciente por meio de gadgets

Além da telemedicina, também é possível usar dispositivos de saúde digital que monitoram o paciente a distância para o acompanhamento da pressão arterial. Esses gadgets enviam dados via internet para que sejam analisados pelos profissionais de saúde.

Assim, com o paciente observado em um ambiente mais relaxado, enquanto realiza outras atividades, pode-se ter acesso a aferições mais confiáveis do que aquelas feitas no consultório.

5. Avalie a necessidade de encaminhar o paciente para terapia

Quando a síndrome do jaleco branco é visivelmente um problema na relação entre médico e paciente, pode ser o caso de encaminhar a pessoa para a realização de psicoterapia. Esse medo de estar na presença de um profissional de saúde tem uma origem que pode ser investigada e trabalhada com suporte psicológico.

Com um em cada cinco pacientes tendo a síndrome do jaleco branco, é fundamental que os profissionais de saúde estejam cada vez mais preparados para ajudá-los. Já pensou em como isso pode trazer benefícios para a saúde das pessoas, ao evitar o agravamento de doenças, aumentar a prevenção e garantir um atendimento de qualidade, ainda que a distância?

Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Agora, que tal ler nosso post sobre fatores de risco cardiovascular?

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